quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A relação da obesidade com a psicologia

Atualmente podemos observar o aumento dos profissionais que estudam a ligação da obesidade com as forças da mente. A acadêmica de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina, Ivana Machado, diz que aos poucos o sul catarinense está dando credibilidade a esse tipo de ciência, que há tão pouco tempo parecia desvalorizada. Essa mudança no modo de pensar é fruto de informações das regiões mais desenvolvidas veiculadas principalmente pela televisão. Outro fator ao qual podemos atribuir importância assumindo esse papel é o estímulo para a leitura de livros e revistas. Quando esse material é especializado no assunto, se torna nítida a relação da obesidade com a ansiedade, o estresse e perda de auto-estima.

A ansiedade é um tipo de defesa natural no ser humano. Ela é responsável pela nossa organização no trabalho e responsabilidade em cumprir prazos, por exemplo. Sem ansiedade estaríamos vulneráveis a vários perigos. O problema é quando esse sentimento se torna contínuo e incontrolável a ponto de interferir nas atividades rotineiras. A funcionária pública, Marlei Machado, diz que a partir do momento em que passou a controlar a ansiedade começou a emagrecer. “Ao chegar a minha casa depois do trabalho, ficava aflita ao ver tanta desorganização. Estando ansiosa, passava horas cuidando da limpeza e não percebia que esquecia de mim” _ diz ela.

A constante pressão em que Marlei vivia não deixava que ela prestasse atenção no que comia e na quantidade que comia. Com o passar do tempo, os quilinhos foram se acumulando até torná-la obesa. Ansiosa para recuperar sua auto-estima, apresentou o problema a seu esposo e seu interesse em mudar. Os dois passaram a dividir as tarefas de casa e dedicaram mais tempo ao lazer. Marlei descobriu que o alongamento seria fundamental para acalmar sua mente e que enquanto caminhava no fim do dia, poderia meditar e fazer suas orações. As refeições mais leves deixaram seu sono mais tranqüilo e reparador. Hoje, com 18 quilos a menos, se sente orgulhosa pela vitória.

Ivana comenta que, semelhantes ao caso de Marlei, muitas outras pessoas se tornam obesas por distúrbios psicológicos. O estresse é outro exemplo disso. Situações do dia-a-dia como o trânsito congestionado e o acúmulo de trabalho causam desgaste físico e mental. Além do cansaço, da dificuldade de concentração e da facilidade de se irritar, a pessoa estressada sente mais fome. Isso acontece pelo fato de liberar, em doses maiores, os hormônios cortisol e cortisona nos momentos de tensão. Esses hormônios fazem parte de um sistema de defesa do organismo que estimula o apetite para que o indivíduo seja induzido a recuperar suas energias para lidar com a situação. Além disso, o estresse gera ansiedade, o que faz com que a comida se torne sinônimo de alívio e incontestável prazer.

Vale lembrar que os obesos geralmente têm sua auto-estima abalada. Essa é uma outra batalha psicológica com a qual deverão saber lidar. Isso acontece devido aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Enquanto a mídia dá destaque a modelos magérrimas e corpos sarados, aumenta o complexo de inferioridade das pessoas acima do peso. Também são inúmeras as dificuldades encontradas no dia-a-dia. A possibilidade de encontrar uma roupa moderna em tamanho maior é praticamente nula. Os obesos se sentem excluídos da sociedade. Sentem dificuldade até mesmo de conseguir emprego. E quando conseguem, são motivos de piada dos seus colegas. A sociedade desrespeita essas pessoas ao esquecer que todo ser humano tem o desejo e o direito de ser aceito e apreciado.

REFERÊNCIAS:
www.psicobesidade.com.br
Revista Boa Forma publicada em maio de 2003

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