terça-feira, 24 de novembro de 2009

A violência explícita e sua abordagem nos programas televisivos

Desde o século passado, o consumo de aparelhos televisores é algo comum. Os preços se tornaram acessíveis, fazendo da TV um bem indispensável em nossos lares. Além de ser considerada o maior meio de penetração na sociedade, seu crescimento é reconhecido em qualquer canto desse planeta. Os proprietários das grandes emissoras estão investindo em tecnologia cada vez mais, o que lhes proporciona lucros fabulosos.

Assim, deparamos todos os dias com situações de violência através das notícias veiculadas, podendo aterrorizar uma população inteira em fração de segundos. Tudo isso, no entanto, acaba gerando uma espécie de “sensacionalismo barato”, passando a ideia de que o problema pode ser resolvido em pouco tempo. É como se o foco fosse a própria violência e não outros aspectos, como são os casos da situação da educação escolar em nosso país, do desemprego nos grandes centros urbanos entre muitos outros.

Sabemos que o sensacionalismo não edifica a sociedade. Porém, lembramos que os jovens não têm dado a devida atenção aos jornais e, sendo eles o futuro da nação, é muito importante que tenham conhecimento sobre o mundo que os cerca. Nesse caso, é necessário que os veículos de comunicação desenvolvam habilidades __não necessariamente sensacionalistas__ que chamem a atenção desse público disperso.

Não podemos negar que a violência tem aterrorizado desde grandes cidades até os lugares mais remotos. As pessoas estão vivendo sob a pressão do medo dentro de seus próprios lares. Assassinatos, violência contra a mulher e pedofilia são apenas alguns exemplos que podemos citar entre inúmeros crimes violentos na atualidade. A política, o sistema de segurança e a própria sociedade não podem conter tanta fúria. Existem momentos que nos fazem acreditar que não há mais saída.

Cada vez mais, estudiosos preocupados com a situação, decidem estudar o problema de forma intensa. Assumem a posição de verdadeiros cientistas sociais e identificam causas geradoras da violência. Porém, sempre existe um fator em comum: a influência da mídia. Quando eles falam em mídia, abrangem uma grande variedade de veículos de comunicação. Entre eles, jornais impressos, rádio, Internet e televisão.

Pereira JR. (2003) afirma que a sociedade recebe as primeiras informações através do jornal televisivo. E, com o espaço significativo que o jornalismo tem sobre essas pessoas, possui um papel relevante na imagem que elas constroem da realidade. Logo, se a preocupação for apenas com a audiência, será mostrado apenas o lado ruim das notícias, gerando sensacionalismo. A sociedade, por sua vez, acostumada a presenciar cenas violentas, passa a subentender que isso é comum.

Quanto às telenovelas e seriados, diz o dito popular “a vida passa a imitar a arte”. Geralmente, isso acontece com pessoas menos esclarecidas, pois são facilmente influenciadas ao longo das histórias. O ato criminal passa a ser algo heróico quando inspirado pelo galã da programação de horário nobre. Enfim, a TV tem um grande e poderoso papel de influenciar a maneira das pessoas pensarem, agirem e reagirem aos conflitos sociais e, embora sutil, sua responsabilidade para o crescimento da violência é bastante significativa.

REFERÊNCIAS:

PEREIRA, José. Violência: Uma análise do “homo brutalis”.
São Paulo: Alfa – Ômega, 1975.

PEREIRA JR., Alfredo Eurico Vizeu.
Decidindo o que é notícia: Os bastidores do telejornalismo.
3 Ed. Revisada. Porto Alegre: EDI PUCRIS, 2003.
(Coleção Comunicação, 2)

TAHARA, Mizuho. Mídia. 7ª Ed. São Paulo: Global, 1998.

Um comentário:

Conversa em Vários Tons disse...

Situação muito bem colocada a relação da violência no meio televisivo , interessante que a mesma é parte fundamental para audiência dos programas. Lamentável a exploração da dor humana como forma de diversão.

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