quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A influência dos astros na Terra

Cheia de energia própria, radiante. Delicada e graciosa para o menino que aponta o dedinho dizendo “Olha papai, que bela estrela!”. Ou ainda, aos milhares, de encher os olhos. O que seria mais bonito que o céu estrelado? Porém, não se deixe enganar. O cintilante brilho das estrelas que ao longe lembram pequenos vaga-lumes reflete o esplendor de grandiosas princesas. Poderosas ao ponto de atrair outros corpos do espaço e consumi-los com furor. Quando muito grandes, demonstram seu potencial maior numa grande explosão, resultando uma super nova e assim, formando outras estrelas.

Mas, com toda sua glória, nenhuma estrela conseguiu ofuscar o brilho daqueles que giram em órbita em torno dos planetas. São denominados satélites, ou luas. E, mesmo com pouca gravidade, conseguem influenciar em níveis consideráveis, seus respectivos planetas. Sejam altas ou baixas as marés, a lua as influencia. Tendo o poder de interagir com a Terra, influencia a vida desde os vegetais até os animais, sejam racionais ou irracionais.

A Terra, por sua vez, é apenas um dos nove planetas reconhecidos pelo homem. Com posição favorável à vida, consegue manter o equilíbrio térmico por estar entre os planetas internos. Segundo os cientistas, a vida terrestre passou por uma evolução extraordinária ao longo de milhões de anos. Dos seres unicelulares e plantas, surge nossa atual biodiversidade, incluindo o homem, que não acredita existir limites para sua evolução.

Dados comprovam que nos últimos duzentos anos a evolução científica e tecnológica cresceu de forma acelerada. E, cada vez mais, os conhecimentos humanos dobram ou até triplicam em períodos mais curtos. O desenvolvimento de máquinas, robôs, computadores e meios de transporte altamente evoluídos têm facilitado a vida terrestre. O homem tem alcançado seu objetivo em construir um mundo melhor, onde a ciência apresenta respostas concretas para solucionar suas dúvidas.

A relação da obesidade com a psicologia

Atualmente podemos observar o aumento dos profissionais que estudam a ligação da obesidade com as forças da mente. A acadêmica de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina, Ivana Machado, diz que aos poucos o sul catarinense está dando credibilidade a esse tipo de ciência, que há tão pouco tempo parecia desvalorizada. Essa mudança no modo de pensar é fruto de informações das regiões mais desenvolvidas veiculadas principalmente pela televisão. Outro fator ao qual podemos atribuir importância assumindo esse papel é o estímulo para a leitura de livros e revistas. Quando esse material é especializado no assunto, se torna nítida a relação da obesidade com a ansiedade, o estresse e perda de auto-estima.

A ansiedade é um tipo de defesa natural no ser humano. Ela é responsável pela nossa organização no trabalho e responsabilidade em cumprir prazos, por exemplo. Sem ansiedade estaríamos vulneráveis a vários perigos. O problema é quando esse sentimento se torna contínuo e incontrolável a ponto de interferir nas atividades rotineiras. A funcionária pública, Marlei Machado, diz que a partir do momento em que passou a controlar a ansiedade começou a emagrecer. “Ao chegar a minha casa depois do trabalho, ficava aflita ao ver tanta desorganização. Estando ansiosa, passava horas cuidando da limpeza e não percebia que esquecia de mim” _ diz ela.

A constante pressão em que Marlei vivia não deixava que ela prestasse atenção no que comia e na quantidade que comia. Com o passar do tempo, os quilinhos foram se acumulando até torná-la obesa. Ansiosa para recuperar sua auto-estima, apresentou o problema a seu esposo e seu interesse em mudar. Os dois passaram a dividir as tarefas de casa e dedicaram mais tempo ao lazer. Marlei descobriu que o alongamento seria fundamental para acalmar sua mente e que enquanto caminhava no fim do dia, poderia meditar e fazer suas orações. As refeições mais leves deixaram seu sono mais tranqüilo e reparador. Hoje, com 18 quilos a menos, se sente orgulhosa pela vitória.

Ivana comenta que, semelhantes ao caso de Marlei, muitas outras pessoas se tornam obesas por distúrbios psicológicos. O estresse é outro exemplo disso. Situações do dia-a-dia como o trânsito congestionado e o acúmulo de trabalho causam desgaste físico e mental. Além do cansaço, da dificuldade de concentração e da facilidade de se irritar, a pessoa estressada sente mais fome. Isso acontece pelo fato de liberar, em doses maiores, os hormônios cortisol e cortisona nos momentos de tensão. Esses hormônios fazem parte de um sistema de defesa do organismo que estimula o apetite para que o indivíduo seja induzido a recuperar suas energias para lidar com a situação. Além disso, o estresse gera ansiedade, o que faz com que a comida se torne sinônimo de alívio e incontestável prazer.

Vale lembrar que os obesos geralmente têm sua auto-estima abalada. Essa é uma outra batalha psicológica com a qual deverão saber lidar. Isso acontece devido aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Enquanto a mídia dá destaque a modelos magérrimas e corpos sarados, aumenta o complexo de inferioridade das pessoas acima do peso. Também são inúmeras as dificuldades encontradas no dia-a-dia. A possibilidade de encontrar uma roupa moderna em tamanho maior é praticamente nula. Os obesos se sentem excluídos da sociedade. Sentem dificuldade até mesmo de conseguir emprego. E quando conseguem, são motivos de piada dos seus colegas. A sociedade desrespeita essas pessoas ao esquecer que todo ser humano tem o desejo e o direito de ser aceito e apreciado.

REFERÊNCIAS:
www.psicobesidade.com.br
Revista Boa Forma publicada em maio de 2003

A alimentação noturna dos alunos da Unisul

Os bares e lanchonetes próximos à Unisul apresentam constante movimentação, o que não significa que os acadêmicos estão bem alimentados. Segundo o professor Rafael Matos, 35 anos, existem vários motivos que levam os alunos a freqüentarem esses locais. Desde fazer um lanche até um simples bate papo com os amigos. Além disso, é questionado o baixo valor nutricional dos alimentos oferecidos. “Geralmente peço um pastel e um refrigerante. Não teria tempo para me preocupar com uma alimentação saudável”, diz o estudante de Sistemas de Informação, Frank Espíndola, 20 anos.

De acordo com a acadêmica de Nutrição, Frantieska Maia, 22 anos, a maioria dos alunos vive com pressa, pois trabalha durante o dia, estuda à noite e ainda tem que fazer seus trabalhos em casa. Porém, a alimentação noturna é tão importante como qualquer outra. Neste caso, basta fazer a escolha certa. “Uma boa opção é o sanduíche natural, de preferência sem maionese, acompanhado com suco de fruta. Se o aluno não estiver com muita fome, pode optar por uma barra de cereais, pois é leve e nutritiva”, diz Frantieska.

Além da qualidade desses lanches, o estudante de Educação Física, Josemar Baschirotto, 22 anos, questiona o valor a eles atribuído. “Acredito que os salgados poderiam ser vendidos por um preço menor, levando em conta que os consumidores são universitários”. Diz ainda, que sempre sentiu falta de um local onde servissem comida com preços diferenciados dentro da universidade. Lembra que foi feito uma tentativa no restaurante do Bejo e do Alemão, onde havia um buffet acadêmico, mas a idéia não vingou.

O proprietário de um dos bares, Gerson Kanig, 48 anos, diz que os salgados fritos e assados são os mais vendidos, eles variam de R$1,25 à R$2,30. Em relação às bebidas, as mais comuns são o refrigerante R$2,50 e a cerveja R$3,50. Gerson acredita que os valores estejam dentro da média do mercado.

Biografia de Élio Gaspari

Élio Gaspari nasceu em Nápolis, na Itália no ano de 1944. Ainda criança chega ao Brasil, onde alguns anos depois começa a trabalhar em um jornal semanal chamado Novos Rumos. Sua próxima experiência jornalística foi quando se tornou auxiliar do colunista social Ibrahin Sued. A partir daí, não parou mais. Oportunidades de destaque foram surgindo, de tal forma que, veio a trabalhar no Diário de São Paulo, na revista Veja e no Jornal do Brasil. Atualmente é comentarista do Jornal Folha de São Paulo.

Ao longo desses anos, Élio Gaspari construiu uma respeitável carreira jornalística através da credibilidade que passa. Além disso, os livros publicados foram fundamentais para seu sucesso. Sua idéia em escrever um ensaio sobre a ditadura surgiu quando, em 1984, conseguiu uma bolsa de estudos com duração de três meses no Wilson Center for Interntional Scholars. Passou a pesquisar sobre as duas principais pessoas da ditadura: O ex-presidente da república, Ernesto Geisel e o chefe do gabinete civil Golbery do Couto e Silva. Nessa pesquisa teve acesso a documentos com conteúdo que nem mesmo as pessoas que presenciaram o regime militar sabiam. O ensaio foi intitulado “Geisel e Golbery, o sacerdote e o feiticeiro”.

Esse apanhado de informações que não ultrapassaria 100 páginas, após dezoito anos se tornou quatro livros, sendo eles: A ditadura envergonhada, A ditadura escancarada, A ditadura derrotada e A ditadura encurralada. Neles, o autor procurou reconstituir o período cruel da ditadura militar sempre revelando novos segredos. A coleção foi dividida em duas partes: As ilusões armadas, sendo os dois primeiros livros, e “O sacerdote e o feiticeiro”, os dois livros restantes. Mesmo com todo seu reconhecimento, ainda há os que dizem não ser consistentes suas publicações. Porém, seus livros são frutos de uma pesquisa bastante profunda, sempre fazendo referências às obras em que o autor consultou e às pessoas que lhe relataram suas experiências.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Obesidade infantil não é brinquedo

Cerca de 10% das crianças brasileiras sofrem as conseqüências da obesidade. Apesar de ser um problema comum da fase adulta, existe uma série de fatores que justificam esses dados. Maus hábitos alimentares e a falta de exercícios físicos são os mais comuns. A acadêmica de Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, Frantieska Maia, diz que os alimentos industrializados ganham espaço na alimentação de crianças e adolescentes por serem fáceis de preparar. Dessa forma, abrem mão de frutas e verduras que são ricas em fibras e fundamentais na manutenção do peso.

Aos 11 anos, a estudante Thayná Machado tem 1,55 de altura e pesa 60 Kg. Não chega a ser um caso de obesidade, mas está sobrepeso. Quando tinha apenas um ano de idade, sofreu com pneumonia. Precisou tomar soro e usar medicamentos específicos para seu caso. Desde então, passou a ter características de uma criança gordinha. Ela atribui aos medicamentos o excesso de peso, mas não nega que exagera nas refeições. Come pães e doces com freqüência. Sempre que a mãe a repreende é motivo de discussão, mas quando Thayná sai pra comprar roupas, lhe dá razão. “Não existe algo mais frustrante do que entrar em uma loja e ver que as roupas mais bonitas não têm o meu tamanho”, revela.

Foram situações como essas que fizeram a menina ter vontade de emagrecer. Ao invés de passar o dia todo na frente da televisão ou do computador, ela está jogando bola. Com pouco espaço em volta da casa, se torna impossível a presença de outros jogadores. Então, Thayná usa uma bola de vôlei para jogar contra a parede. Acredita que esse exercício possa fazê-la perder alguns quilinhos. Frantieska diz que, qualquer exercício aeróbico é válido. Seja jogar bola, andar de bicicleta ou caminhar. O importante é que a criança faça alguma atividade que contribua para a queima de calorias. Em outras palavras, que deixe de ser sedentária.

Thayná estuda na 6º série da Escola Básica Catequista Joana Pendica, localizada no bairro Pouso Alto do município de Gravatal. Dos 215 alunos matriculados nessa escola, 10 estão sobrepeso. As cozinheiras garantem que existe um cuidado especial com a higiene. Touca para os cabelos, guarda-pó branco e calçados fechados. Porém, revelam que há dificuldade de controlar a quantidade do que os alunos comem. “Em algumas situações, a mãe do aluno vem conversar conosco. Explicamos que as refeições feitas na escola são equilibradas e de ótima qualidade. O controle da quantidade deve ser um hábito também em casa”, diz a cozinheira Maria Elenita Grasso.

O cardápio da escola foi elaborado pela nutricionista Alessandra Abero. De um modo geral, as refeições possuem carboidratos (pão, arroz, macarrão), proteínas (frango orgânico, queijo, ovos) e minerais (feijão, salada). A profissional fez uma avaliação do cardápio antigo e procurou equilibrá-lo da melhor maneira. A escola recebe os alimentos necessários para seguir o cardápio, mas esporadicamente serve achocolatados. Alessandra visitava a escola todos os meses, mas não trabalha mais no município. Segundo a diretora da escola, Samira Mendes Espíndola, já foi providenciado outro profissional. Não informou quem.

A escola sempre possuiu uma horta, mas os alunos não valorizavam. Para conscientizá-los da importância de verduras e legumes, a professora Jaçanã dos Santos Cardoso decidiu que os alunos deveriam mantê-la. Entre outros vegetais, cultivam alface, cebola e repolho sem agrotóxicos. Dessa forma, é possível deixar as refeições ainda mais saudáveis. Como na escola não há cantina, a única opção de lanche é aquela oferecida no refeitório. Para as cozinheiras, a horta dá a oportunidade de ousar e diversificar as refeições.

Em 2001, o governo do estado de Santa Catarina proibiu o comércio de guloseimas, refrigerantes e frituras nas escolas de educação básica. Atendendo à legislação, a escola decidiu fechar a cantina que havia, mesmo sendo uma fonte de renda. A orientadora Vera Lúcia Teixeira diz que a lei mudou a rotina dos funcionários. A cantina deixou de existir, mas passaram a se preocupar ainda mais com o trabalho das cozinheiras. E, pelo menos na escola, não encontram mais papéis de bala ou embalagens de salgadinho no chão. O meio-ambiente agradece.

Segundo a estudante da 5ºsérie, Heloísa Assmann, fechar a cantina não foi a solução. Conta que os colegas compram guloseimas no bar que fica próximo à escola. Informação que foi confirmada por Thayná. A proprietária do bar, Arlete Rafael, diz que os alunos costumam comprar salgados como coxinha ou pastel. Outras vezes, se reúnem para comprar refrigerante. “O bar é um estabelecimento como qualquer outro e precisa existir, cabe aos pais e à escola orientar a alimentação das crianças”, critica Arlete. Na mercearia ao lado, a atendente Terezinha Rafael comenta que o consumo de balas e chicletes é o mais comum.

Como se não bastasse o incômodo das gordurinhas, a criança obesa enfrenta o preconceito dos colegas e da família. Thayná tem vontade de participar das aulas de educação física, mas é incomodada pelos apelidos. A professora Osmarina Garcia diz que os apelidos surgem como defesa. Quando uma criança magra é perturbada por uma gordinha, vai querer xingá-la com o que lhe ofende mais. Muito bem humorada, Heloísa cita os apelidos mais comuns: Nhonho, botinho, baleia e bolinha. Para ela, a graça está na comparação feita com o colega.

A acadêmica de psicologia da Unisul, Susanne Faust da Silva, acredita que a obesidade pode afetar o psicológico da criança a ponto de gerar comportamentos regredidos e infantilizados. Outros problemas são auto-estima abalada e a dependência materna. No caso de Thayná, ela gostaria de ter o corpo magro como o de suas amigas. Por isso, acaba se sentindo menosprezada em grupo. Também conta que se sente mal quando vai à praia. “A obesidade cria uma enorme carga psicológica e está relacionada a fatores como a percepção de si, a ansiedade e o desenvolvimento emocional da criança”, diz Susanne.

Ainda diz que, o aluno obeso ou sobrepeso, merece atenção especial. Ele relata grande incômodo com o ser gordo, ser alvo de chacotas e manifesta o desejo de emagrecer. Todos esses pensamentos podem atrapalhar até mesmo o aprendizado, principalmente na adolescência. Porém, os professores dizem não ter percebido dificuldades no ensino para esses alunos. De qualquer forma, deverão ficar atentos, pois a obesidade infantil pode causar danos psicológicos por toda a vida. “Nem todos os obesos tem sentimentos negativos sobre seu corpo. Esses sentimentos são mais comuns em pessoas com o início da obesidade na infância”, reforça Susanne.

A evolução da música gospel no Brasil

A música gospel vem ganhando cada vez mais espaço em todo o Brasil. Aos poucos, a barreira que separa esse estilo musical dos demais está sendo quebrada. Podemos observar isso na canção Recomeçar, interpretada por Aline Barros, que fez parte da trilha sonora da novela global, Duas caras. Outro exemplo são as categorias voltadas para este segmento no Grammy Latino, atualmente considerado a principal premiação de música na América Latina. Além disso, programas televisivos como Raul Gil, Conexão gospel e Show da fé dão ênfase a determinados cantores evangélicos, contribuindo para o sucesso de suas apresentações e venda de CDs e DVDs.

Gospel significa boas notícias, ou simplesmente, evangelho. Esse estilo musical possui raízes na tradição afro-americana. Segundo o pianista e organista, Daniel Latorre, os escravos que povoaram o continente americano trouxeram uma rica cultura que resultou em diversas formas de música. Os escravos vinham de diferentes partes da África, entre elas: A Costa do Marfim, uma área caracterizada pelos cantos ornamentados e instrumentos de corda; a Floresta Tropical que possuía ritmos complexos e instrumentos de percussão e a região da Angola, que era conhecida pela música vocal polifônica, separada em solista e grupo vocal.

As canções do filme Mudança de hábito II são exemplos do gospel original. Entre elas está Happy Day, onde um negro faz um solo e o coral acompanha cantando e batendo palmas. Outros exemplos são as composições de Alan Menken para o longa-metragem de animação Hércules, produzido pelos estúdios Disney em 1997. Porém, quando o gospel original veio para o Brasil como proposta de música religiosa, já existiam outras formas de música. Nesse caso, aconteceu uma mistura. Hoje existem vários ritmos na música evangélica brasileira, mas todos são denominados gospel.

Para o diácono da Assembléia de Deus de Pouso Alto, André Machado, a origem da música gospel é surpreendente. Ele diz que jamais imaginou que esse estilo musical fosse moldado pelos escravos, pois reconhece que existe certo preconceito dos evangélicos em relação à cultura africana devido as suas crenças e rituais. Porém, nem todos pensam assim. Em uma entrevista com o cantor e compositor Alex Silva, ele diz que já conhecia a história da música gospel e que tem todo o respeito pela cultura africana. Segundo ele, quando os escravos eram açoitados pelos brancos americanos, começavam a chorar e cantar com muita tristeza. Surgindo então, algumas técnicas do canto Black, como murmúrios e melismas.

A partir dos anos 80, surgiram cantores que revolucionaram esse estilo musical. Ousaram ao gravar canções com ritmos dançantes e, com o retorno financeiro, as produções se tornaram melhores. Na década de 90, os maiores sucessos foram pentecostais. Com canções que falam do poder de Deus, a cantora Cassiane se tornou a recordista de vendas da MK Music. Chegou a receber o disco de diamante pelas vendas do álbum Com muito louvor. Outras cantoras pentecostais de destaque são Elaine de Jesus, Shirley Carvalhaes, Mara Lima e Lauriete.

Em 2005 a MK Music prestigia sua nova recordista: Aline Barros. A cantora inovou a música gospel ao misturar pop, rock e adoração. É conhecida também em outros países e recebeu disco de diamante duplo pelo álbum Som de adoradores. Além disso, foi três vezes vencedora do Grammy Latino na categoria Álbum de música cristã em língua portuguesa.

Diante da competição existente, André Machado diz que a música gospel tem perdido parte de seu foco, que é adorar a Deus. Alex Silva concorda. Para ele, a busca pelo dinheiro é inevitável em um país capitalista. Diz ainda que, principalmente os profissionais das gravadoras, são loucos por dinheiro e que nada é feito sem pensar em retorno financeiro.

Um furacão chamado Marina de Oliveira

Marina de Oliveira promoveu uma verdadeira revolução na música gospel. Na década de 80, lançou seu primeiro CD intitulado Imenso amor. O repertório foi bastante ousado ao apostar em ritmos que descaracterizavam o estilo musical na época. Seu objetivo era apresentar a dança como uma forma de adoração a Deus. Porém, foi criticada por grande parte das igrejas evangélicas que apontavam a dança como uma heresia. Imenso amor foi um fracasso nas vendas, mas ela não desistiu.

A MK Publicitá, como era conhecida na época, foi criada apenas para realizar as gravações de Marina. Ao abrir as portas para outros cantores, teve a oportunidade de crescer. Aos poucos se tornou a principal empresa de comunicação gospel do país, a MK Music. Atualmente, a empresa detém 70% das vendas do gênero que representa 30% do mercado fonográfico.

Marina não se preocupou em mudar o estilo musical e continuou lançando seus CDs. Apresentou-se em diversas casas de show no Rio de Janeiro, entre elas o Canecão. Cantou em diversos programas televisivos, como o Planeta Xuxa, e ainda produziu eventos de grande porte como o Canta Zona Sul, que reuniu mais de 160 mil pessoas nas areias de Copacabana. Atualmente é cantora, empresária, artista plástica, coreógrafa, roteirista, diretora e apresentadora de TV.

Em 2002, lançou o CD Remix 17. O repertório foi composto por antigos sucessos distribuídos em 17 faixas remixadas. Mais uma vez foi alvo de críticas. A rejeição do público pelo trabalho musical foi tamanha, a ponto de Marina tomar a decisão de não lançar mais CDs inéditos. Porém, aconteceu algo. Apesar de ter sofrido um acidente e ter fraturado a perna, Marina viajou para Belo Horizonte, onde estava sendo realizado o 7° Congresso Internacional de Louvor e Adoração Diante do Trono. Lá, diz ter sido tocada pela mão de Deus, a ponto de quebrar o silêncio e investir em novas gravações. Seus últimos CDs foram intitulados Meu Silêncio e Eu não vou parar.

Diante do Trono arrasta multidões

O Diante do Trono é um grupo musical formado por mais de 30 integrantes. Entre eles estão os músicos que compõem a orquestra, os vocalistas e a Cia de Dança. Todos congregam na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte. Anualmente, realizam uma gravação ao vivo somente com canções inéditas e em diferentes partes do país. Em 2003, o ministério de louvor atingiu seu maior público. Cerca de dois milhões de pessoas assistiram a gravação do CD e DVD intitulado Quero me apaixonar. O evento foi realizado no Campo de Marte em São Paulo.

“O objetivo do Diante do Trono é gravar em todos os estados. Por sinal, já estive em um dos shows. Em 2005 o grupo esteve em Porto Alegre, onde reuniu mais de 300 mil pessoas às margens do Rio Guaíba. Essa gravação foi para o trabalho musical Ainda existe uma cruz.”, diz o cabeleireiro Daniel Trisch.

REFERÊNCIAS:
http://www.diantedotrono.com/
http://www.hammond.com.br/
http://www.marinadeoliveira.com.br/
http://breguenaits.blogger.com.br/
http://spacegospel.blogspot.com/

Análise do filme Aristogatas

Após quatro anos de trabalho, em 1970, os estúdios Disney lançam Aristogatas. O filme que foi planejado para ser um especial live-action de duas partes em um programa de TV, teve a produção aprovada pelo próprio Walt Disney. Tornou-se o primeiro longa-metragem produzido e lançado após sua morte. Aristogatas conta a história de uma milionária que pretende deixar sua fortuna para a gata Duquesa com seus filhotes: Marie, Toulouse e Berliouz. Porém, o mordomo Edgar abandona os gatinhos para se tornar o beneficiário da herança . Estando perdidos, os herdeiros contam com a ajuda de um esperto gato das ruas, Thomas O’Malley, para voltar ao lar confrontando Edgar.

O design e a personalidade dos personagens foram modelados com base nos atores que faziam suas vozes. Qualquer semelhança entre Louis Armstrong e o Gato Pilantra não é mera coincidência. A dublagem do personagem era para ter sido realizada por Armstrong. Sendo assim, a aparência do gato foi modelada com base no artista. Desde o modo como ele tocava trompete até sua aparente separação entre os dentes. No entanto, Armstrong desistiu de sua participação no filme. Para animar as gansas Amélia e Abigail, os animadores filmaram gansos de verdade, estudando sua aparência e seus movimentos.

Apesar de ser criticado por sua semelhança com A Dama e o Vagabundo e 101 Dálmatas, os críticos julgaram o filme como divertido e charmoso, mesmo não sendo necessariamente memorável. Aristogatas foi um sucesso de bilheteria, principalmente na Europa. Com a repercussão do filme, os gatinhos foram viver também nas histórias em quadrinhos da Disney.

OPINIÃO DO CRÍTICO

A abertura do filme com créditos no início, à moda antiga, acho super charmosa. Principalmente com uma canção muito bem selecionada como As aristogatas. Na versão original, Maurice Chevalier foi tirado de sua aposentadoria para cantá-la. Essa canção expressa todo o espírito francês do filme. No Brasil, ela é cantada parte em português e parte em francês. Também podemos observar já nas primeiras cenas, o cuidado dos artistas ao retratar a França, desde a arquitetura até as paisagens. Foram usados 900 planos de fundo pintados. Se você prestar atenção, a mansão da madame Adelaide, tanto por dentro como por fora, é um dos cenários mais ricos em detalhes de todos os longas-metragens já produzidos pela Disney.

Conforme citado acima, a caracterização dos personagens foi realizada com base nos atores que trabalhariam na dublagem. O resultado é incrível. Os personagens têm vida própria, são totalmente personalizados e jamais confundidos. A gatinha Marie é considerada um personagem inesquecível. Ainda hoje existem produtos com linhas exclusivas da Marie. Desde utensílios infantis até materiais escolares. Como Aristogatas não é um conto de fadas como Branca de Neve, Cinderela e Pinóquio, ver seus personagens ultrapassando os limites do tempo é prova de que seus animadores fizeram um excelente trabalho.

A palavra aristogatas, nesse caso, faz menção a aristocratas. Fazendo-nos entender que os gatinhos são de uma classe elevada. O roteiro também nos passa essa imagem, o passatempo dos filhotes eram aulas de piano, canto e pintura. Como nós sabemos, a arte é muito mais apreciada e alcançada pelas altas classes sociais. O filme também recebeu algumas críticas por lembrar 101 Dálmatas e não podemos negar essa semelhança. Além de ser um grupo de animais de estimação tentando voltar pra casa, o aspecto rabiscado dos desenhos e os traços exagerados em alguns personagens, por exemplo, as pernas muito finas do advogado Jorge, nos remetem à produção de 101 Dálmatas. Mas em momento nenhum isso tornou o filme cansativo. Até por que, já estamos acostumados a ver algumas semelhanças entre as produções. Exemplo: Branca de Neve, Cinderela e A Bela Adormecida.

Não precisa ser um especialista no assunto para perceber que Aristogatas apresenta uma comédia bastante extravagante. Algo que não me agradou nas primeiras vezes que assisti. Eu já estava acostumado com produções mais sérias, ou ainda, mais maduras. Como O Rei Leão e Pocahontas. Eu já havia esquecido que o público-alvo era infantil. Mas, aos poucos, aprendi a admirar os olhos do ambicioso Edgar se tornando cifrão, e sua habilidade em dirigir uma motocicleta de cabeça para baixo buscando fugir dos cães que o perseguiam. Aliás, esses cães, Napoleão e Lafayette, fizeram tanto sucesso em sua primeira cena, que a história teve que ser mudada para que pudessem aparecer de novo. Confesso que a segunda aparição é ainda mais engraçada. Uma das minhas cenas favoritas. O interessante é que Napoleão e Lafaiette em momento nenhum contracenam com os aristogatas.

MENSAGENS SUBLIMINARES

Em alguns sites surgiram boatos de que havia mensagens subliminares na capa de Aristogatas. Nela, o Gato Pilantra segurava um baseado onde estava escrito Legalize it, fazendo menção à legalização da maconha. A torre Eiffel insinuava o órgão sexual masculino enquanto as estrelas acima, eram pequenas folhas de maconha. Além disso, a gatinha Marie segurava uma carta criptografada em uma das patinhas. Esse boato foi protestado por um leitor. Pelo menos, nas capas destinadas ao Brasil, essas mensagens não foram incluídas.

REFERÊNCIAS:
http://www.animatoons.com.br/
http://www.sobrenatural.org/

Alice no País do Jornalismo

Alice no país das maravilhas é um clássico da literatura infanto-juvenil escrito pelo inglês Lewis Carroll e publicado em 1865. Crescendo ao lado de seus dez irmãos, Carroll se acostumou a contar histórias para entretê-los. Certa vez, ao criar uma dessas narrativas, surgiu Alice. O livro fez tanto sucesso que colocou seu nome na história da literatura mundial. Atualmente, a estranha jornada de Alice e seus personagens mágicos podem ser comparados ao meio jornalístico. O interessante é que a obra-prima foi escrita há 144 anos, uma época em que o jornalismo não chegava nem mesmo perto da plenitude que se encontra. Porém, não podemos ignorar tal semelhança. Ao focalizarmos a curiosidade, a coragem e o respeito de Alice pelo próximo, podemos contemplar um exemplo para muitos jornalistas.

Tudo começa quando Alice está ouvindo uma história. De vez enquanto, ela dá uma olhada no livro que sua irmã mais velha tem nas mãos e fica intrigada, pois não havia gravuras nele. Estando incomodada com isso, começa a questionar essa realidade, semelhante ao jornalista. Mas nada chamou tanto sua atenção quanto o coelho branco que passou muito apressado. Ele vestia um colete e possuía um relógio. Certamente essa cena não faz parte de nossa rotina. É algo novo. Como um jornalista que arde de curiosidade, Alice não perdeu tempo. Correu atrás da notícia, quero dizer, do coelho. Ela o seguiu até uma toca, onde entrou sem saber como iria sair. A paixão pelo jornalismo nos faz correr alguns perigos. Arriscamo-nos em busca de certas notícias, principalmente se forem tão intrigantes quanto esse coelho.

Conta a história, que a toca continuava como um túnel. De repente, Alice se descuidou e caiu em um abismo aparentemente sem fim. A menina caía muito devagar e, como um jornalista, observava tudo à sua volta. Mesmo estando numa situação de desespero, mantinha a calma e olhava com cuidado cada detalhe. Desde os desenhos e mapas pendurados até os guarda-louças e prateleiras que flutuavam naquele espaço. Sua intenção era descobrir o que iria acontecer a seguir, da mesma forma que um jornalista prevê o desfecho de alguns acontecimentos para orientar seu trabalho. Não poderia deixar de lembrar desse profissional no momento que Alice começa a se fazer perguntas. Indaga se a queda não terá fim. Gostaria de saber quantos quilômetros já devia ter caído e ainda, se já estaria no centro da Terra. Por um momento, a menina questiona se isso era sinal de ignorância.

Ao fim da queda, Alice descobre o país das maravilhas. Um lugar onde tudo é possível. Aliás, existe alguma coisa impossível? Essa é uma pergunta difícil para um jornalista, pois ele se depara com situações muito estranhas por onde passa. Como já vimos, corre atrás da notícia sem perder tempo. Deixa tudo para trás. Arrisca a própria vida para concluir sua busca e o que encontra é um mundo novo, cheio de personagens coadjuvantes, fontes que devem ser mantidas, mas também, fontes traiçoeiras. Ambas com informações que devem ser filtradas. No caso de Alice, as fontes são aqueles que lhe orientaram na busca pelo coelho. Embora se tornasse chata por fazer tantas perguntas, a menina lhes tratava com muito respeito. Formulava suas questões com antecedência e, por mais que fosse criticada, nunca perdia o controle.

Lembramo-nos da Lagarta. Esse personagem simboliza a fonte mal humorada, ou ainda, aquela que contesta tudo o que o jornalista diz. Ela tentou até mesmo inverter os papéis. Não respondia as perguntas de Alice, ao contrário, fazia ainda mais perguntas. Perdendo a paciência, Alice sai. Com peso na consciência, a Lagarta a chama e, como um bom jornalista, a menina volta e espera, pois poderia haver alguma coisa que valesse a pena ouvir. Outra fonte bastante traiçoeira é o Gato de Cheshire, embora sorrisse e parecesse de boa índole, não deixava de ter garras longas e um número respeitável de dentes. Este representa a fonte que não é confiante. Ele não é objetivo, nem leva as perguntas de Alice a sério. Não poderíamos esquecer da Tartaruga Falsa, que iniciou a narração de uma história várias vezes, mas nunca concluiu. Realmente, existem fontes que falam, falam e não dizem nada.

Agora, observemos a dificuldade de Alice para entrar na casa da Duquesa. Lá dentro havia uma mistura de sons estrondosos: gritos, espirros e objetos de vidro sendo despedaçados. Certamente isso não é comum, foge da nossa tranqüilidade. Sendo assim, podemos relacionar com a notícia. Como jornalista, Alice precisava saber o que estava acontecendo e fazer alguma coisa para ajudar. A menina implorou ao lacaio que estava do lado de fora que lhe ajudasse a entrar na casa. Ele não respondia suas perguntas, apenas ignorava, sendo uma boa representação da fonte que não quer falar.

Outra cena que nos chama atenção é o momento em que as cartas da Rainha de Copas plantaram as rosas brancas por engano e, cuidadosamente, pintam essas flores de vermelho. O trabalho ilegal que elas faziam é interrompido imediatamente quando Alice chega, fazendo-nos entender que o jornalista atua como um fiscal da sociedade. Aonde esse profissional chega, as ilegalidades tentam se camuflar, pois reconhecem o poder de seu trabalho. Já, a Rainha de Copas representa as autoridades. Enfim, mais tarde Alice acorda. Podemos entender que, para muitos, o jornalismo é um sonho, mas, quem vive intensamente essa aventura, sabe que é pura realidade.

E Falando em Amor...

Cerca de 800 pessoas prestigiaram o espetáculo Amor em canção 2008 que fora realizado no Espaço Integrado de Artes da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. O evento é responsabilidade do Coral Universitário e tem como objetivo homenagear os corações apaixonados em pleno dia dos namorados. Dividido em diferentes atos, o roteiro desse ano apresentou o amor em suas diferentes facetas. Do amor puro ao sedutor. Do amor cativante ao irreverente. Do amor presente ao amor ausente. “Embora tivéssemos pouco tempo para definir o repertório e programar os ensaios, estamos satisfeitos com o resultado e a repercussão”, diz a maestrina Maria Miranda da Silva.

Após a belíssima abertura instrumental, entra em cena o tenor Emanuel Machado vestido de branco e seu par romântico, a contralto Ivana Machado vestida de vermelho. Juntos discutem sobre as diferenças entre o amor puro e o amor sedutor. Chegam à conclusão de que, um deles só se completa com o outro. Encerrando o diálogo, o coral se aproxima cantando Toda forma de amor com solo do tenor Rafael Kohn. “O nervosismo antes de assumir o palco é normal. Acredito que essa ansiedade é o que nos faz dar o melhor de nós. Quanto a mim, principalmente, pois cantava logo a primeira canção”, diz ele. Na seqüência, o público se emociona com Azul da cor do mar, sucesso de Tim Maia e, concluindo o primeiro ato, a soprano Clarissa Constante e o baixo Guilherme Passarela fazem solo na canção Assim sem você.

O palco estava decorado com gravuras românticas em preto e branco que foram coladas sequencialmente, lembrando tiras de cinema. A banda esta posicionada em um local mais elevado, pois só assim poderiam acompanhar a regência. A mesma é composta pelo baterista Jean Borges, pelo tecladista Josué Bittencourt, pelo guitarrista Josemar Baschiotto e pelo baixista Tiago Bento. Acima dela, cenas românticas eram reproduzidas em quatro telas de plasma. No início do segundo ato, entra em cena a soprano Mariana Lidorio, o tenor Wagner Bittencourt, a contralto Lizimere Costa e o baixo Neemias da Silva. Juntos formam um quarteto que passa a refletir sobre as diferentes facetas do amor. Deixando o palco, o coral se aproxima cantando Amor perfeito com solo da contralto Karolina Brígido. Logo após, cantam Sina.

Ao cantar I’ll be there, o tenor Hélio Jr. E a soprano Marina Alano dão um show à parte. Em seguida, o coral se apresenta de maneira fúnebre. Enquanto sopranos e contraltos vestem uma capa preta, tenores e baixos usam camisas e óculos da mesma cor. É o momento mais dramático e melancólico do evento. A soprano Emanuela da Silva interpreta o clássico composto por João Bosco, Corsário. Concluindo essa canção, o coral canta Eu sei que vou te amar enquanto retira as roupas pretas, deixando aparecer o uniforme vermelho que vestia por baixo. Em seguida, cada coralista toma uma rosa e presenteia alguém da platéia ao som de Only Hope na voz da soprano Juliana Martins.

Um barzinho montado no palco aguarda os coralistas para as canções mais descontraídas. Enquanto interpretam Conversa de botequim, a contralto Daniele Mina senta em uma mesinha e faz seu pedido ao garçom. Ele atende desastrosamente. Mas, quem pode impedir o amor? Apaixonada, levanta-se da mesa e interpreta Meu ébano, sucesso da cantora Alcione. A participação do Grupo de Dança da Unisul deixa a canção mais bonita. De repente, as luzes se apagam e um cupido invade o ambiente recitando poemas e trazendo Chuva de prata. Com intenção de encerrar o evento, o coral interpreta a divertida Frevo mulher e, em seguida, repete Toda forma de amor. Deixando o palco, o público pede bis. Então o coral retorna e canta Será, uma das canções mais queridas de seu repertório. E assim termina o Amor em canção 2008 que foi apresentado pelo jornalista Fábio Cadorin e transmitido ao vivo pela Unisul TV. Devido ao sucesso, a emissora reapresentou o espetáculo três dias depois.

Minha Vida

Emanuel Machado nasceu em 12 de agosto de 1986 em Gravatal, cidade do sul de Santa Catarina. Filho de Evaldo do Amaral Machado e Ana Maria Rodrigues Machado, viveu sua infância ao lado de suas três irmãs: Marlei Rodrigues Machado Ilíbio, Luciani Rodrigues Machado e Lucirlei Rodrigues Machado. Sendo ainda bebê, tornou-se vítima de uma série de problemas de saúde: Bronquite alérgico, pneumonia e refluxo. Sua mãe, apesar das dificuldades financeiras, jamais desanimou. Foram várias viagens à cidade de Criciúma, onde permanecia enquanto a criança estava sob observação médica. Houve internações também no Hospital Nossa Senhora da Conceição, localizado na cidade de Tubarão, onde Emanuel ficava aos cuidados do Dr. Olegário Menezes.

Em 1992, ele passa a ser aluno do pré-escolar na Escola Reunida Joaquim Cardoso Duarte em Pouso Alto, bairro do município de Gravatal. Sendo muito apegado com a mãe, encontrou dificuldade nos primeiros dias de aula e chorava muito pela falta que sentia. Gostava muito de desenhar e, inspirado pelos animados da TV e revistas em quadrinhos, demonstrava muita criatividade e facilidade nos traços. Seu pai passou a guardar esses desenhos no local de trabalho. Ainda nessa escola, tornou-se um dos alunos de maior destaque: Sempre o primeiro a terminar os exercícios e com uma sede de leitura invejável. Emanuel costumava escrever pequenos textos e desenhar seus personagens. Certa vez, por curiosidade, sua professora lhe pergunta: “Em que pretendes trabalhar quando crescer?”. Com apenas 8 anos, ele responde sem demora: “Quero ser autor de livros”. Ali, Emanuel já sabia que seus sonhos infantis e amor pela escrita eram tão fortes que predominariam até a fase adulta.

Em 1994, residia na Luís Pedro Onofre, 34, onde aconteceu uma tragédia. Após vários dias de chuva sua casa é inundada. Junto de sua mãe e suas irmãs escapava enquanto seu pai procurava salvar os móveis e eletrodomésticos. Não havendo mais força para lutar contra as correntezas, Emanuel fora levado, sendo salvo em seguida por um vizinho. Quando a água baixou, presenciou sua caixa de brinquedos mergulhada em lama e insetos mortos. Parentes e vizinhos formaram um mutirão para ajudar a família a se recompor. Traumatizado pelo ocorrido, orava com grande tristeza todas as vezes em que chovia. Temia que a água voltasse e levasse consigo seus pertences, em especial sua vasta coleção de fitas de vídeo. Mais tarde, se mudam para a Manoel Antônio Machado, 23, onde estariam seguros desse mal.

Em 1997, passa a estudar na Escola Básica Catequista Joana Pendica, também localizada em Pouso Alto, local onde se tornou amigo da professora Terezinha Padilha que teve papel importante na sua educação. Terezinha era professora de história e em seus trabalhos costumava explorar a criatividade dos alunos. Como não poderia ser diferente, Emanuel fez sucesso. Seu trabalho mais popular foi Os Doze Trabalhos de Hércules. Nessa disciplina ele também aprofundou seu lado crítico ao aprender a ter opinião própria sobre o mundo à sua volta e a julgá-lo com fundamentos. Sendo adolescente, também enfrentou problemas nessa fase, mas atendeu aos conselhos de sua irmã Lucirlei e visitou uma pequena igreja evangélica, na qual mais tarde, em 1998 passa a ser membro. Ali, começou a cantar e descobriu que tinha talento para tal atividade. Os convites foram surgindo e se tornou uma figura conhecida nas igrejas do campo onde congregava. Fez parte da coordenação do grupo de jovens e do grupo de senhoras da Assembléia de Deus em Pouso Alto. Além disso, assumiu o posto de secretário da Escola Dominical.

Em 2001, se matricula na Escola de Ensino Médio Antônio Knabben, onde mais uma vez surpreendeu com seus talentos. Foi destaque em peças teatrais, entre elas: Jornal Genital e A Praça é Nossa in Español. Foi membro do Coral Esperança, regido pelo músico Jean Zanetta e também se apresentou cantando solo no evento Integração de Pais e Alunos. No mesmo ano fora admitido como Secretário Responsável pelos Requerimentos de Serviços da Cooperativa de Eletrificação Rural de Gravatal – Cergral, onde atuou por um curto período de 6 meses. A família entendeu que Emanuel era jovem demais para assumir um posto tão importante e ainda estudar, o melhor a fazer foi afastá-lo do cargo.

Em 2004 foi admitido para trabalhar no Setor Recreativo da Cia de águas Termais de Gravatal. Ocupando esse cargo, o jovem se tornou ocupado demais para se envolver com atividades religiosas. Passou a trabalhar em três diferentes horários ao longo do dia, sendo que, também não estava livre nos fins de semana. Foi nesse momento que o jovem se sentia distante de Deus que aflorou um brilhante talento: O ato de compor. No pouco tempo que lhe restava, Emanuel passou a compor suas canções e a separá-las em repertórios. A cada repertório pronto, ele realizava uma sessão de fotos e, logo após selecionava as quais usaria na produção de capa do CD. Parecia uma brincadeira, mas Deus tinha propósitos com isso. Cansado do trabalho e sedento de Deus, pediu sua demissão. Ele ainda cumpria seu mês de aviso quando um dos hóspedes o convidou para trabalhar como modelo. O jovem que sonhava em ser reconhecido por alguma atividade ficou com os olhos brilhando diante da proposta, conheceu duas agências e até iniciou o curso. Porém, assumiu novos cargos na igreja e desistiu desse projeto.

Em 2006, ingressou na Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul para cursar Comunicação Social – Jornalismo. Nessa época Emanuel já compunha com bastante freqüência e aliava com sabedoria essa atividade aos trabalhos da faculdade. Um exemplo disso foi o bem sucedido trabalho apresentado no Projeto Máquina do Tempo da disciplina Estética e Cultura de Massa. Na ocasião, ele falou sobre a evolução da música gospel brasileira e apresentou ao público um de seus repertórios. O trabalho foi aplaudido de pé e os ouvintes se emocionaram enquanto ele cantava uma de suas canções. Nesse mesmo ano, o jovem foi readmitido na Cia de Águas Termais de Gravatal, porém, dessa vez, para trabalhar como barman. Sem escolha, novamente abriu mão do seu fim de semana para poder pagar a faculdade. Mais tarde, ocupa o cargo de gerente da Central de Reservas do Castelo Palace Hotel, posto onde conseguiu mais tempo livre.

Em 2007, após participar de testes para seleção de novos integrantes para o coral da Unisul, Emanuel é aprovado. Os testes foram realizados no Espaço Integrado de Artes - EIA, localizado na própria universidade. O jovem fora classificado como tenor e soube da seleção através da divulgação com panfletos. “Estava suando em uma longa fila, aguardando ansioso para entrar no Circuito de Música, Poesia e Reflexões Coletivas, um dos grandes eventos do EIA. De repente, parte do coral começa a se apresentar e a distribuir panfletos que diziam: Coral Universitário, Compondo Sonhos. Pensei: É dessa vez!” _ diz ele. Junto do coral, Emanuel se apresenta em diversos eventos.

Em 2008, Emanuel têm suas primeiras canções gravadas: Meu Pai, Meu Coração e Sagrado Coração. Elas fazem parte do segundo CD do grupo MEJ. A procura desse grupo pelo compositor fez com que ele se empolgasse com o assunto e desenterrasse o talento que já estava adormecido. Emanuel registrou 109 canções e agora trabalha com elas oferecendo-as às gravadoras e cantores. Além disso, conta com a ajuda de pessoas que fazem a diferença em seu trabalho. Entre elas, o tenor Daniel Trisch, o músico José Augusto e o diretor de estúdio Edson Oliveira.

“Eu louvo a Deus pelo talento que tem confiado a mim. Assim como, pelo fato de ter me presenteado com uma sensibilidade de sentidos extremamente apurada. Isso faz com que eu perceba melhor o mundo a minha volta e o transforme em música.” _ Emanuel Machado

Perfil

Nome: Emanuel Rodrigues Machado
Apelido: Mano
Profissão: Jornalista
Nascimento: 12/08/86
Idioma: Português / Espanhol
Naturalidade: Gravatal – SC
Pais: Evaldo do Amaral Machado e Ana Maria Machado
Irmãos: Marlei Machado, Luciani Machado e Lucirlei Machado.
Estilo: Alternativo
Humor: Extrovertido / Simpático
Sua Marca Registrada: Sorriso
Hobby: Cantar
Cantor: Vitas
Cantora: Sarah Brightman / Cristina Mel
Leitura: Clássicos da Ficção
Programa de TV: Profissão Repórter / Programa do Jô
Filme: O Casamento do Meu Melhor Amigo
Defeito: Individualista
Qualidade: Criativo
Mania: Cantar na sala de aula.
Gosta de: Compor
Não Gosta de: Dirigir
Presente Que Gosta: CD / DVD
Cor: Azul
Perfume: Insensatez
Paixões: Música, literatura, teatro e cinema.
Esporte: Ciclismo
Dinheiro: Somente o necessário.
Cozinha: Italiana ( Massas )
Bebida: Sucos naturais
Fruta: Banana
Sonho: Gravar um CD / Publicar um livro
Página na Web: http://reflexodenarciso.blogspot.com