quinta-feira, 29 de abril de 2010

O príncipe e a arte da guerra

Ao contrário de revistas e jornais que são produzidos em escala industrial para consumo rápido, os livros podem se manter atuais por muito mais tempo. É o que podemos perceber nas obras A arte da guerra de Sun Tzu e O príncipe de Maquiavel. A primeira teve sua versão conhecida no Ocidente em 1772, quando o Padre Amiot traduziu para o francês um texto que trazia as ideias de um filósofo-estrategista chamado Sun Tzu. Já, O Príncipe foi escrito em 1513 e publicado pela primeira vez em 1532. Apesar de antigos, trazem lições de planejamento e estratégias que são perfeitamente aplicáveis ainda hoje em empresas e organizações.

A arte da guerra foi escrito com intuito de preparar um comandante submisso ao príncipe e respeitado pelas tropas. Da mesma forma que o gerente de uma empresa é submisso ao empresário e respeitado pelos demais funcionários. O livro também adverte que, antes de atacar o inimigo, é necessário travar uma batalha consigo mesmo e com suas tropas. Nesse caso, antes de se preocupar em concorrer com outras empresas, o gerente deve conhecer a si próprio e às pessoas que trabalham consigo. Quando a empresa passar por essa fase de autoconhecimento, saberá aproveitar o talento e a capacidade de cada funcionário de maneira individual. “Conquistados por tuas virtudes e tuas capacidades, os oficiais colocados sob tuas ordens te servirão tanto por prazer quanto por dever”.

A partir daí, seguimos para um próximo passo. O comandante deverá tomar conhecimento do terreno no qual vai pisar. Ou melhor, deverá traçar o caminho que pretende seguir e identificar a localização do inimigo. Em outras palavras, devemos conhecer o ramo no qual estamos trabalhando, traçar metas e prestar atenção na reação da concorrência. O autor também ensina a “esconder o jogo”, não mostrar todo o potencial das tropas, de forma que elas possam surpreender seu adversário no momento certo. “Sem ser visto, vê; sem ser ouvido, ouve. Age em silêncio e tem em suas mãos o destino dos inimigos”.

Interessante que, enquanto Sun Tzu incentiva o comandante a manter sua palavra como questão de honra, Maquiavel diz que o príncipe não deve se preocupar em mantê-la. Para ele, “a experiência mostra que só nos nossos tempos fizeram grandes coisas aqueles príncipes que tiveram em pouca conta as promessas feitas e que, com astúcia, souberam transtornar as cabeças dos homens; e, por fim, superaram os que se fundaram na sua lealdade”. Por essas e outras questões que o autor é, muitas vezes, criticado e chamado de Maquiavélico. Por outro lado, devemos sempre levar em conta todo o contexto e não apenas frases isoladas.

Maquiavel também destaca a importância e o cuidado que um príncipe deve ter com suas finanças. Ele explica que o governante não deve levar a fama de gastador e jamais levar o povo à pobreza, cobrando muitos impostos para manter-se rico. Ressalta ainda, que é melhor um príncipe ser temido do que amado, mas não nega que há duas formas de vencer no seu governo: Com as leis ou com a força.

Enfim... Sun Tzu nos traz as táticas bélicas em linguagem simples e agradável, Maquiavel faz uma reflexão sobre as possíveis formas de governo com um vocabulário mais arcaico, o que contribui para uma leitura cansativa. De qualquer forma, ao lermos A arte da guerra, ou ainda, O príncipe, nos sentimos bombardeados com mensagens que têm forte ligação com o dia-a-dia. Porém, Sun Tzu lembra que “há um abismo entre a teoria e a prática” e, sendo assim, devemos ser sábios para utilizar esses conhecimentos também para estabelecer princípios particulares.

Um comentário:

Gandra disse...

Poxa Emanuel super bacana, este tema sobre Maquiavel e Sun Tzu.... ta me ajudando muito no trabalho que estou realizando na facu...
E quero parabeniza-lo pelos demais temas, que são muitoo bem elaborados.
Bom me add ai no orkut gandra.michele@gmail.com

bjão Sorte!!!!

Postar um comentário